terça-feira, 25 de março de 2014

Vestimentas do Mundo

     Atualmente fazemos de necessário cobrir nossos corpos com um pano, que por sinal possui um valor mais longínquo que uma capacidade de realizar coisas novas e com relevância em tal espaço. Hoje, os valores trocados, ainda se vê grandes alfaiates, mas jamais, aquelas da costura do coração. Como sempre digo, às vezes passamos a inventar muito ao invés de arrumar tudo, e desacomodar das modas, que hoje em dia, não são levadas em seu certo sentido. Usar roupa, requer o espírito da moda, cultura, beleza exterior, mas não enfatizar o poder da classe. Não falo que sou contra a moda, mas sou contra a má visão sobre o modelo estipulado para tal estação do ano. Temos a prova viva das relações entre as simplicidades, com uma roupa simples e objetiva. Exacerbar o que não tem necessidade faz parte da doença moderna, fazendo parte do consumo excessivo e cobrindo todo o mundo.
     Quantas vezes eu passei na madrugada de sábado para domingo no centro da cidade, e via pessoas dormindo nas ruas com um papelão como coberta? Analisamos o valor que as coisas têm, o tanto que é árduo para eles, a capacidade deles terem é mínima, justamente pela oculta visão de reflexão sobre o bendito uso de uma coberta. Despejados de casa, percebemos também, que o valor está nas coisas mais absurdas existentes. Muitos estão interessados na calça do indivíduo, mas apenas por nela, existirem bolsos, que por sua vez, vazios.
     Quando cito sobre vestimentas do mundo, faço um apelo que passará despercebido naqueles que a preocupação é o calçado e papel no bolso. Quanto será que dura e onde cabem as relações em torno dos aparatos para o corpo? Desde que mundo virou mundo realmente, considero-o como um espaço sujo, onde há nele, tudo aquilo que é desprezível e estipulado. É incrível como não queremos estipular, mas estipulamos tudo para que não seja estipulado. É fácil se desvirtuar nesse mundo onde o entra e sai nas boutiques, afinal, os visuais hoje em dia são predominantes em qualquer área e estado.
     Parecendo assim, confunde-se ao achar que eu nego o uso de vestimentas, mas é muito pelo contrário, é um lance totalmente cultural, assim como os índios e demais tribos, pouco se preocupam com a vestimenta, mas há também, quem selecione como um significado de espírito. A roupa se tornou tão flexionada no nosso espaço, que é percebido e visível como nós olhamos para os outros como uma roupa de baixo nível.
     Uma grande pergunta simples vira a tona: se falamos tanto sobre a parte interior, por que tanta prioridade da parte exterior?
     Aí, nós mesmos, respondemos a nossa própria pergunta: Às vezes por vergonha ou por alienação alheia, esquecemos de tudo que é prioritário e maioritário dentro de nós e realizamos um cobrimento da parte de fora e exalando todo esse sentimento de beleza e expressão da moda, como algo naturalíssimo. Observando os horizontes dos nossos amigos ancestrais, a inteligência era exacerbada nos nossos olhos e nas nossas vestimentas apenas o objetivo. Se revogássemos o mau uso das migalhas de pano, com certeza iriamos nos recobrir de joias através de prêmios por capacidade interior a um estado modal concreto de como enfatizar que roupa só serve para cobrir do frio.
     E para finalizar: Somos um tal mandante do mundo, que por beleza, nos ligamos tanto ao materialismo, que incorporamos nossos corpos a um corpo semelhante ao universo: longo, oscilante, frio. Percebo então, que quem faz o mundo somos nós, e não ele por si só; e reparamos na imensa solidão e frieza no qual tratamos pessoas que um dia tiveram a dignidade de receber apenas o necessário: uma coberta para continuar brilhando com seu corpo longo e oscilante, mas, sem frio.


Praia Grande-SP.
Feito em: 25/03/2014.

domingo, 9 de março de 2014

Mulheres: O que é bonito

     No meio do sobe e desce escadas do metrô, vai e vem da vassoura, o borrifar dos perfumes, o massageado na maquiagem, o “tec tec” do salto alto e avante ao trabalho. Às vezes o que é bonito vem despercebido: atrás do vestido, da maquiagem e do perfume; uma pessoa normal, uma estrelha brilhosa que esbanja qualidade e inveja. Nos perguntamos de onde vem toda essa força que, há anos, foi oprimida por  nós homens e que todo dia há um esclarecimento delas serem o pico da sociedade. Digo que elas são sinonimos de força e que por lei da natureza, o mais forte sobrevive, o mais forte se torna apto às dificuldades e que por sua própria vontade, consegue estabelecer o que jamais poderia ser feito num espaço pequeno.
     E lógico, como um ser puramente sentimentalista, o uso do racional é um luxo, e que todas têm, e inclusive usa, o que tornam-as o ser mais completo deste mundo. Em sua estrutura corpórea, tomada pela gala e pelo glamour, cerca-se a barreira de que tudo está bom, e incrementando o sabor de que podem sempre mais. Se vestindo como rainha e vivendo como princesa, ocupa o trono de secretária sem dizer que não se pode trabalhar. Ocupa-se o espaço de cozinheira sem dizer que não se pode mais cozinhar. Ainda vive de faxineira dizendo que é mil vezes melhor do que roubar. E mesmo assim, no final do ano, todas estão sentadas esperando sua chamada para a cerimônia do Oscar, amando sem parar.
     E a beleza sempre vindo a fronta, parando carros e até mesmo os faróis, fazendo da faixa de pedestres uma lenta passarela. Do sorriso encantador até o choro mais sentido. Do abraço mais apertado ao beijo mais desgustado. Essas são as mulheres. Por sinal sempre renovam o cabelo para poder balançar a peruca. Renovam as unhas sempre para agarrar mais. Trocam de sapato para sempre pisar mais. E claro, um novo batom para esbanjar mais. Digo o pico da sociedade, pois onde andamos encontramos mulheres, algumas de verdades outras que vieram do Paraguai. Mulheres que são mulheres não ligam pelo que falam e sim pelo que fazem. Elas são até cobradoras de ônibus, pois claro, adoram dar o troco.
    Há quem prefere as insanidades dos típicos desejos humanos, das necessidades corpóreas. Nós homens, que saímos à noite, no típico trabalho dos ancestrais de irem à caça, ao invés de peixe, caçá-las. Caçar a carne, caçar apenas o que se esconde atrás do vestido, mas nunca, o que está estampado pela maquiagem. O saciar desejos que virou meta e glória, e que o sofrimento puro, chegando até mesmo na última camada da pele, ataca a sensibilidade humana e como um corte no coração tão macio.
    Mulheres são como mães, suas próprias mães. Aquela que cuida de si como se fossem seus (as) filhos (as), cuidam do corpo, da alma e da mente. Aquela que cuida dos outros a troco de nada, apenas de sustentar o seu sentimento macio e purificado. A mais personificada e diferente, que diferentemente de qualquer um, possui o tripé da vida. O tripé do Sentimento, da Beleza e da Força. O ser que, jamais será interpretado, nem mesmo pelos filósofos da cozinha ao perguntarem do novo tempero incrementado. Aquela que causou dúvidas ao pegar dinheiro da carteira do marido para comprar sapatos novos. Aquela que são as ondas do mar oscilando a todo o momento, mas sempre trazendo frescor, fragancia e um ótimo conforto para os nossos corações.
    Mas sempre, há quem diga que mulheres não prestam que mulheres são isso e aquilo. Mas também, todos dirão que estão enganados, se não existisse mulher, não existiria poesia. Todos os dias são dias de maquiagem, de vestido, de vassoura, de “tec tec”. Todos os dias é dia do seu amor, da sua sensibilidade e do seu carisma. Nunca se cansam de impressionar e nunca deixam de ser mulher.


Praia Grande-SP.
Feito em: 09/03/2014.